Amigos, apesar de ter feito várias viagens depois desta última publicada aqui no Resíduo Pesado, deixei de publica-las por mera preguiça, e também porquê dá um certo trabalho em editar filmes, fotos e colher informações sobre o roteiro percorrido. Porém nos próximos dias vou sair para a grande viagem de moto da minha vida cujo destino será o Alaska.
Pretendo relatar, nos mesmos moldes que vinha fazendo aqui, no Resíduo Pesado, o dia a dia dessa pequena aventura de moto do sul do Brasil até o Alaska. Resolvi para isso criar um novo blog aonde vou tentar colocar tudo que for possível a fim de que a pessoa que acessá-lo, tenha idéia de como é fazer uma viagem de moto desse porte e, quem sabe, contribuir com alguma informação útil para quem no futuro queira fazer algo parecido pois foi lendo inúmeros relatos (blogs) de outros que fizeram essa viagem antes, eu pude tornar esse sonho em realidade.
Saí de Porto Alegre às 05:40h com destino á Curitiba (PR) onde faria meu primeiro pernoite.
Tempo bom, sol a maior parte da viagem. Passei pela entrada de Florianópolis ás 11:20h - viagem "solo" é bom porquê rende mais, você tem mais liberdade de definir como vai pilotar, quando vai parar, se vai almoçar ou apenas fazer um lanche.
Vale fazer uma observação aqui: um dos inconvenientes de se viajar "solo" é que durante as paradas para lanchar ou mesmo ir ao banheiro não ter alguém para ficar de olho na bolsa que levo amarrada na moto, então desta vez, e será assim daqui por diante, optei por utilizar um rede Pacsafe 85L para proteger a bolsa impermeável que levo amarrada. Nunca mais viajo sem este acessório.
Optei por fazer um lanche em um posto de gasolina um pouco antes da entrada de Porto Belo (SC) - Posto Petrobras Angeloni - cerca de 11:55h e depois segui em direção à São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, onde iria pernoitar.
Parei novamente, somente para abastecer, no município da Penha (SC) e segui até o meu destino daquele dia: Hotel Stradiotto em São José dos Pinhais (PR) onde cheguei às 15:15h.
Este hotel já não é mais uma opção para mim por apresentar uma péssima relação custo/benefício.
Preço da hospedagem em quarto simples: R$ 80,00 Coordenadas do hotel: S25° 35.097' W49° 10.487' Dia 06 de outubro de 2015 (terça-feira)
Saí do hotel em São José dos Pinhais (PR) às 06:40h com destino á cidade de São Carlos (SP) onde eu iria visitar o Museu da TAM. O tempo não estava tão bom quanto no dia anterior mas não chovia e estava uma temperatura bem amena.
Após pegar o contorno sul de Curitiba, entrei na rodovia Régis Bittencourt (BR-116) até a cidade de Juquiá (SP), aonde cheguei às 10:00h. Parei para abastecer e atravessei a pequena cidade para pegar a SP-079, uma rodovia que liga Juquiá a Tapiraí. Estrada simples porém, na ocasião, muito bem conservada e com muitas curvas. A estrada passa ao lado do Parque Estadual Intervales e em determinado trecho acompanha o traçado do Rio Juquiá - muito bonita.
Depois de Tapiraí a viagem seguiu por estrada não tão bonitas, mas de boa qualidade passando pelas cidades de Votorantim, Sorocaba, Itú, Piracicaba, Rio Claro e finalmente São Carlos, onde cheguei às 15:30, vindo me hospedar no Sâo Carlos Othon Suites, onde já havia feito reserva antecipada pela internet. Este hotel sim valeu cada centavo pago.
Preço da hospedagem: R$ 132,00 por dia. Coordenadas do hotel: S22° 00.468' W47° 53.988' Parada para café da manhã, ainda no Rio Grande do Sul
Pacsafe 85L - Não viajo mais sem este acessório Parada na Régis Bittencourt, já em SP, após sair de São José dos Pinhais Hotel Othon Suites São Carlos - eu recomendo Vídeo da ida
Dia 07 de outubro de 2015 (quarta-feira)
Este dia foi reservado para visitar o Museu da TAM. Ele abre de quarta-feira até domingo e nas quartas-feira a entrada é gratuita, nos outros dias não sei quanto custa mas mesmo pagando vale a pena visitar - posso dizer que este museu não faz feio perante outros do gênero que existem em diversos países. Vou publicar aqui somente as fotos de 2 aeronaves que tem a ver com a Marinha do Brasil, da qual fui integrante por 9 anos, mas o museu exibe aeronaves de várias partes do mundo, inclusive alguns MIG's em perfeito estado de conservação.
Fiz uma manutenção básica na moto antes de sair para o museu:
Panorâmica do Museu da TAM
Um helicóptero Sikorsky SH-3 Sea King e um P-16E. Ambas aeronaves eu ví operando no NAeL Minas Gerais - Navio-Aeródromo Ligeiro Minas Gerais (A11).
Dia 08 de outubro de 2015 (quinta-feira)
Dia de iniciar meu retorno para Porto Alegre. Saí do hotel às 07:35h e minha intenção neste dia era seguir até a cidade de Ponta Grossa (PR). Passei pela cidade de Jaú (tomei uma multa em um controlador de velocidade que me passou desapercebido), Barra Bonita, que fica às margens do Rio Tietê e onde existe uma das muitas eclusas neste rio que possibilitam sua navegabilidade. Depois de Avaré, ainda em SP, passei por mais uma represa, a de Jurumirim (rio Paranapanema).
Às 12:00h entrei no estado do Paraná, via PR-272, e às 14:35h estava passando pela cidade de Castro (PR) que é uma das cidades que fica perto do Canyon de Guartelá, considerado um dos maiores canions em extensão do mundo - um destino que vale a pena conhecer (está na minha agenda para uma próxima viagem.
Às 15:00h cheguei em Ponta Grossa e resolví seguir viagem pois ainda era muito cedo para parar.
Passei pela cidades de Lapa e Campo do Tenente, onde acessei a BR-116 e pilotei até a cidade de Rio Negro, ainda no estado do Paraná, bem na divisa com o estado de Santa Catarina. Alí me hospedei no hotel Pampa. Tão logo cheguei no hotel, às 17:30h, desabou um temporal - escapei por pouco.
Preço da hospedagem: R$ 80,00. Coordenadas do hotel: S26° 05.782' W49° 46.855'
Unica foto do dia - SP-215 entre São Carlos e Ribeirão Bonito (SP) Dia 09 de outubro de 2015 (sexta-feira)
Esse foi um dia que não vou esquecer, mas eu, mais ou menos, sabia que não ia ser ser fácil, mas não precisava ser tão difícil assim. Estava chovendo no Rio Grande do Sul já fazia alguns dias então eu sabia que,cedo ou tarde iria pegar chuva, mas não precisava ser tanta chuva.
Saí do hotel às 06:35h e o tempo prometia (chuva). Pretendia passar em Lages (SC) para visitar meu amigo Clóvis (motociclista) e talvez até pernoitar lá. Porém como logo que peguei a estrada já começou a chover achei que pegar dois dias de chuva (sexta e sábado) era demais. Era melhor encarar somente um dia de chuva até Porto Alegre do que dois.
Até Lages (SC) a chuva era suportável mas a medida que me aproximava do Rio Grande do Sul a coisa foi ficando feia. Quando cheguei na cidade de Vacaria, já no Rio Grande do Sul, eu estava em estado lastimável, simplesmente não havia uma parte do meu corpo seco. Para piorar a situação a tela do GPS, que é "touch screen" não funcionava mais - congelou de tanta chuva que tomou. Não me fez falta pois conheço muito bem o caminho de casa, mas é um "brinquedo" que me avisa quanto tempo ou quantos quilômetros falta para meu próximo destino - gosto de me distrair com ele durante os percursos.
Após Vacaria peguei a RS-122 para evitar o trecho sinuoso da BR-116 entre São Marcos e Caxias do Sul. Após almoçar em um posto próximo a entrada da cidade de Antonio Prado, ás 12:40h, parti para a última etapa da viagem e creio que foi a pior. Queda de barreira antes da cidade de Flores da Cunha (com interrupção do tráfego) e um trânsito caótico já na chegada da região metropolitana de Porto Alegre até a chegada em casa, às 17:20h,
Números:
2.576 kms rodados.
125,4 litros de combustível
R$ 439,41 gastos com combustível
20,54 km/l em média.
20 dias de duração
6.890 km rodados
316,6 litros de gasolina consumidos
R$ 974,90 gastos com combustível
21,80 km/litro de consumo médio
R$ 3,08 média por litro
34 paradas para abastecimento
Foram gastos R$ 1.403,00 com hospedagem (por pessoa)
Saímos do hotel pontualmente às 08:00h para fazermos o último trecho de nossa viagem. Sendo um trajeto já bem conhecido nosso, este último dia foi bem tranquilo.
Ás 08:55h estávamos atravessando a região metropolitana de Florianópolis (São José) e já às 12:20h cruzamos a ponte sobre o Rio Mampituba retornando, após 20 dias de viagem, ao nosso estado.
Após uma rápida parada no posto de pedágio de Gravataí, para nos despedirmos, cheguei em casa às 15:00h.
Quilometragem no dia 05/outubro - Partida
Quilometragem no dia 24/outubro - Chegada
A Pousada Morimoto tem um diferencial: o café da manhã é servido no quarto, vem em uma bandeija. O hóspede só tem que avisar o dono da pousada que ele pode servir o café.
Saímos da pousada às 07:55h e através da BR-101/SP-055 contornamos Guarujá, Santos e Cubatão, as três maiores cidades da Baixada Santista. Este trecho foi feito em uma rodovia com pedágio mas motos não pagam. Seguimos pela SP-055 passando ao longo das diversas cidades do litoral sul de SP até alcançarmos a BR-116 (rodovia Régis Bittencourt) na altura da cidade de Juquiá. A partir daí rodariámos por pista duplicada até nosso destino final: Balneário Camboriú.
Exceto por um engarrafamento depois de São José dos Pinhais, por conta de obras na pista, o dia rendeu bem e acabamos chegando em Balneário Camboriú cerca de 17:30h - creio que um bom rendimento em se tratando de velocidade média.
Ficamos hospedados no Hotel Tirol, que mudou de nome para Sandri City, que eu já conhecia de outros passeios por aquela cidade.
Preço da hospedagem em quarto duplo: R$ 150,00
Coordenadas do hotel: S26° 59.383' W48° 37.917'
Saímos às 08:00h horas do hotel com destino à Bertioga, litoral norte de São Paulo. BR-040 (rodovia Washington Luis), Linha Vermelha e rodovia Presidente Dutra até a altura da cidade de Barra Mansa aonde desceríamos, via BR-494/RJ-155 até a Rodovia Rio Santos (BR-101).
Apesar do movimento normal de dia de semana os primeiros quilômetros fluiram bem mas ficou melhor após transpormos o trecho da Baixada Fluminense. Eu particularmente gosto muito de trafegar pela Dutra, exceto quando chegamos perto das suas extremidades ou seja, as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e São Paulo.
Apesar da beleza da BR-494 e da BR-101 (Rio Santos) tirei apenas uma foto no início da BR-494 mas fiz algumas filmagens que vou postar aqui oportunamente.
Desde nossa saída de Vitória a nossa meta passou a ser apenas 1 pernoite nas próximas cidades e seguir viagem, pois queríamos chegar em Porto Alegre, no máximo, dia 25 (sábado).
Acessamos a Rodovia Rio Santos às 11:55h onde rodamos por cerca de 320 km. Chegando em Bertioga às 17:55 e fomos direto para a Pousada do Sesc. O Hespanhol já tinha se hospedado em Bertioga, em março, na Pousada Morimoto que era melhor localizada em termos de infraestrutura porém ele não se lembrava exatamente onde ela ficava. Após uma rápida busca pelo GPS encontramos a pousada, onde nos instalamos.
Preço da hospedagem em quarto duplo: R$ 130,00
Coordenadas do hotel: S23° 50.628' W46° 07.971'
Como o café no hotel era cobrado à parte saímos um pouco mais cedo do que de costume, cerca de 07:00h.
De Vitória fomos pela ES-060 (Rodovia do Sol) até a BR-101 que naquela altura apresentava um intenso tráfego de caminhões e carros. Depois de 124 km rodando na BR-101 pegamos a ES-297.
Em uma parada para tomarmos café, ainda na BR-101 recebi uma mensagem via celular do Adriano Nemésio, a quem íamos encontrar em Petrópolis, sugerindo que fôssemos por Bom Jesus de Itaboana e dalí através da BR-393/RJ-186 seguíssemos até alcançar a BR-040 que nos levaria até a cidade de Petrópolis.
Porém a uns 20 km depois de Bom Jesus de Itaboana, não sei por qual motivo, o GPS nos direcionou para a cidade de Itaperuna e depois para Muriaé, esta última já no estado de Minas Gerais, para depois então voltarmos para o roteiro correto.
Só fui perceber o erro dias depois analisando os dados do roteiro percorrido no BaseCamp (software da Garmin). Não calculei o quanto este erro nos levou a pilotar a mais neste dia mas creio que não menos que 80 km. Para piorar a situação, na BR-116 enfrentamos chuva, em uma serra na altura da cidade de Leopoldina (MG), a única chuva de todo nosso percurso desde que havíamos saído de Porto Alegre.
Chegamos em Petrópolis cerca de 18:00h, debaixo de uma forte neblina que mais se parecia com uma garoa. Paramos em um posto de gasolina, próximo ao pórtico da entrada mais ao leste da cidade onde ia ligar para o amigo que alí residia a fim de nos encontrarmos, qual não foi minha surpresa em constatar que ele havia me mandado uma mensagem dizendo que não ia seguir com a gente (até Florianópolis) conforme ele mesmo havia sugerido, dizendo que deveríamos seguir adiante. Ou seja, mudamos nosso roteiro original (que era seguir até Volta Redonda e com certeza seria bem menor e talvez nem chuva teríamos pego), encaramos um trecho de serra debaixo de chuva para nada - muito obrigado "amigo"!!!!!
Nada mais nos restava a não ser procurar um hotel nas proximidades e descansar depois de termos tido o dia mais estressante de toda nossa viagem.
Nos dirigimos então ao hotel Casa do Sol, que fica situado poucos metros adiante do posto de gasolina aonde estávamos, praticamente na frente do famoso e histórico Hotel Quitandinha.
Preço da hospedagem em quarto duplo: R$ 282,00
Coordenadas do hotel: S22° 31.823' W43° 12.872'